INSTITUCIONAL
Encontro com representantes da etnia Fulni-ô
De 18 a 24 de abril, diversas atividades promoveram a valorização da cultura e tradição dos povos nativos
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 25 de abril de 2023.
Para contextualizar os trabalhos relacionados à pluralidade e ao respeito aos povos tradicionais de nosso país, o Colégio promoveu encontros em diferentes níveis de ensino para aprofundar o conhecimento sobre outras culturas.
A convite do professor de artes do 2º e 3º anos do Fundamental, William Gerson Rosa, no dia 18 de abril, Thafiá, Tohyane, Thofú, Xoá, Xumaiá, Walê e Klekleymyho, representantes do povo Fulni-ô, conversaram com os alunos do 6º ano. A atividade faz parte dos conteúdos relacionados à diversidade cultural e à história dos povos originários, que integram a disciplina de História, ministrada pela professora Maria Fernanda Salomão. O encontro teve como objetivos contextualizar os trabalhos relacionados à pluralidade e ao respeito aos povos tradicionais e desenvolver a habilidade de identificar os espaços territoriais ocupados e os aportes culturais, científicos, sociais e econômicos dos povos indígenas de diferentes regiões brasileiras. Os educadores indígenas apresentaram o artesanato, a musicalidade, a dança e a linguagem Yaathe, preservada e ensinada até hoje em Águas Belas, cidade assentada na parte central do território Fulni-ô, em Pernambuco.
Nos dias 19 e 20, foi a vez dos alunos de 2º e 3º anos do Ensino Fundamental participarem de uma vivência com base no projeto interdisciplinar trabalhado, o qual busca ressignificar e expandir paradigmas internalizados em relação à cultura nativa e à pluralidade dos povos indígenas brasileiros. Durante as últimas semanas, os alunos investigaram elementos presentes na cultura indígena, como o grafismo, a cultura plumária, os ornamentos, os instrumentos, as músicas e os esportes. No encontro, os educadores indígenas falaram sobre seus costumes, sobre os modos de vida tradicional e atual e sobre a conexão com a natureza. Além disso, as crianças do 2º ano participaram de uma oficina de artesanato, ao passo que as do 3º ano experimentaram a prática da pintura corporal. Ainda no dia 19, os pais dos estudantes de 2º e 3º anos do fundamental foram convidados para participarem, junto aos seus filhos, de uma roda de conversa e, ao final, assistirem à apresentação da cafurna[1], canto e dança Fulni-ô.
No dia 24 de abril, os alunos do Ensino Médio do Itinerário Multicultural, ministrado pelos professores Fabio Nogueira, Marco Antonio Augusto e Renato Fontes, também se encontraram com os representantes Fulni-ô. O encontro, que tem como base o documento Paz, como se faz?, da Unesco, está relacionado à valorização das culturas e ao conceito de bem viver. O conceito de bem viver representa a resistência para preservar a cultura e a tradição dos povos nativos e descreve os princípios de coletividade e harmonia entre pessoas, natureza, território e economia que regem diferentes comunidades desses povos.
O grupo Tiwá sê percorre o país promovendo a cultura Fulni-ô, oportunizando que outras pessoas conheçam de perto seus costumes, e compartilhando o seu conhecimento por meio da apresentação de cantos, danças, pinturas corporais, esporte, confecção e artesanatos.
Significado dos nomes dos educadores indígenas:
Thafiá: Preá
Tohyane: Estrela
Thofú: Peixe
Xoá: Teiú
Xumaiá: Vento
Walê: Javali
Klekleymyho: Jaguar
[1] As músicas tradicionais dos Fulni-ô, as cafurnas, falam do cotidiano, da luta pela manutenção da identidade e, principalmente, evocam a espiritualidade, considerada elemento fundamental para cura mental e física. A apresentação das cafurnas é sempre acompanhada de danças inspiradas em animais do sertão pernambucano.
Fonte: https://www.encontroteca.com.br/grupo/cafurnas-fulni-o