CAMPANHA PARA REPRESENTANTES DE SALA COMEÇA EM MARÇO
Professores apresentam os conceitos e estimulam reflexão sobre gestão democrática
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 6 de março de 2014.
O processo para eleição de representantes de classe no Colégio Miguel de Cervantes reproduz o microcosmo de uma verdadeira campanha eleitoral. Durante os meses de fevereiro e março, os alunos têm contato, nas aulas de tutoria, com temas como: democracia, voto, eleição, mandato e reeleição.
O objetivo é o aprendizado sobre o processo democrático, que envolve desde a concepção das campanhas, elaboração de propostas, reflexão sobre os objetivos de cada representante, até o processo de votação e escolha do candidato.
A abordagem dos professores respeita a equidade das diferentes fases do desenvolvimento e compreensão dos alunos. No 1º ciclo do Ensino Fundamental, por exemplo, é necessário apresentar bem os conceitos: “abordamos o tema com a leitura do livro A Eleição da Criançada*, depois pedimos que reflitam sobre quais são as características que deve ter o representante de classe e a importância do voto consciente”, afirma a prof. Fernanda Alves do 3º ano EF.
O trabalho interdisciplinar colabora com a contextualização do processo: “No 2º ano, além da leitura do livro, aproveitamos que estamos trabalhando os diversos tipos de documentos na disciplina de História para apresentarmos o título de eleitor, suas funções e a idade mínima permitida na legislação brasileira para votar,” completa a prof. Isamable Braga Ret do 2º ano EF.
A conscientização dos aspirantes é regida por determinados acordos: os alunos que já foram eleitos por dois anos não podem se reeleger; no 1º ciclo, a dupla é composta, obrigatoriamente, de um menino e uma menina; a partir do 2º ciclo, o aluno que obtém o maior número de votos é eleito representante, e o segundo, suplente.
Dentro dos critérios mencionados, qualquer aluno pode se candidatar. Durante as aulas de tutoria, os professores abordam as principais características e responsabilidades dos representantes de sala. “O candidato a representante precisa conhecer as suas atribuições e ter a ideia da função do cargo, por isso conversamos sobre as responsabilidades que terão se eleitos”, explica a prof. Rivailda Araujo Santos, do 4º ano do Ensino Fundamental.
O segundo passo é o desenvolvimento das propostas dos candidatos. A probidade das campanhas é questionada a todo o momento. Candidatos e eleitores discutem sobre ética, honestidade e coerência: “muitos já sabem quais propostas são viáveis no âmbito escolar. Os eleitores estão atentos e os candidatos sabem que não podem comprar votos nem panfletar”, explica a prof. Katia Kazumi Sato, do 5º ano do EF.
Para os alunos do 2º ciclo, que já passaram pela mesma experiência em anos anteriores, os conceitos podem ser mais aprofundados. A ideia é que, aos poucos, a consciência do processo democrático se desenvolva naturalmente, assim como o exercício democrático que suplanta esse processo e se apresenta em diversas oportunidades na vida social.
Segundo as orientadoras Vivian Cristianini, Ensino Fundamental II, 3º ciclo, e Kátia Pupo, Ensino Médio, o processo de eleição para representantes a partir do Fundamental II, por todo o trabalho que já foi desenvolvido, está mais incorporado na vivência dos alunos e, portanto, é mais simplificado. “No 3º ciclo, eles se organizam em dupla ou individualmente para elaborar uma plataforma de campanha”, comenta Vivian. Nos anos seguintes, todo o processo se dá de forma mais autônoma. Para a orientadora Kátia, estimular a representação dos alunos é educativo e favorece o diálogo, o espírito de coletividade e a atitude responsável.
*A Eleição da Criançada – BANDEIRA, Pedro; Ilustrações – Rogério Sou; Editora Melhoramentos. |