Feira do Livro 24 de maio
Encerramento e palestra com Bernardo Kucinski
Feira do Livro termina com chave de ouro
Escritor conversa com os alunos sobre os livros "K. Relato de uma busca" e "Você Vai Voltar Para Mim"*
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 22 de maio de 2014.
Para encerrar a 31ª Feira do Livro do Colégio Miguel de Cervantes, a ex aluna Thaís Pepe, que se formou em 2008, fez um emocionante pronunciamento em homenagem à professora de literatura Aldina da Conceição Rodrigues Teixeira, que faleceu este ano.
Em seguida, o jornalista, professor e escritor Bernardo Kucinski, acompanhado pelos professores Fábio Brazolin Abdulmasih e Adenilson Francisco Bezerra, iniciou o encontro com os alunos do Ensino Médio e público em geral.
O escritor agradeceu o convite e elogiou os trabalhos expostos nos stands dos alunos do Ensino Médio: “nunca imaginei que os livros pudessem ter um aproveitamento tão sensível e estou experimentando uma satisfação muito grande em ver como os alunos pesquisaram o tema”.
Kucinski explicou que, desde jovem, a leitura e o engajamento influenciaram sua forma de escrever, “eu nunca escreveria esses livros com a relativa facilidade com que eu escrevi se eu não tivesse passado a vida lendo”, afirma.
Sobre a ditadura, ele acredita que ela aparece de forma ambígua na memória social do povo brasileiro. Por um lado, a memória positiva, já que durante uma parte desse período (1967 a 1973), houve um crescimento econômico acentuado; por outro, os grupos que sofreram com a feroz repressão, porque lutavam contra a ditadura e outros tantos que perderam seus empregos ou foram indiretamente prejudicados pelo regime.
Ele comenta: “a sociedade brasileira não se sente traumatizada pela ditadura e, em cima desse panorama, a história da ditadura também virou um campo de disputa da população com as forças dominantes. Temos que pensar que história vamos contar aos nossos netos, a dos opressores, a dos oprimidos ou a dos torturados?
O autor comenta que optou ao escrever os livros a não pesquisar as verdades dos fatos e nem seus documentos, “eu nunca me dispus nesses 40 anos em investigar jornalisticamente esses fatos”. Ele preferiu usar a memória e escrever uma ficção permeada de fatos reais, que precisam ser debatidos, estudados e eternizados para que não caiam nunca no esquecimento.
*K. Relato de uma busca
*Você vai voltar pra mim
Kucinski, Bernardo
Ed. Cosac Naify