Vinicius de B. Müller e Oliveira
A economia chilena no contexto latinoamericano

Por: Rafaela Adriana Uribe Pinto

O XXIII Congresso da Hispanidad do Colégio Miguel de Cervantes recebeu, no dia 9 de outubro, o professor de história econômica do INSPER, Vinicius de Braganca Müller e Oliveira. Formado em história pela PUC-SP (2000), com mestrado em economia na UNESP; além da docência, o professor Vinícius também realiza estudos de doutorado em História Econômica na USP.

Durante a palestra, Vinicius falou sobre a economia dos países em desenvolvimento comparando-os aos já desenvolvidos, apontando diferenças entre o modelo adotado no Chile e nos demais países da América Latina. Nesse paralelo comparativo, o professor demonstrou como as diferentes tentativas de acelerar o processo de industrialização nos países em desenvolvimento resultaram em modelos mais ou menos protecionistas das economias nacionais.

Concluindo, Vinicius comentou as tendências mundiais da economia na 2ª metade do século passado, enfocando sua atenção principalmente na opção econômica chilena no período do regime de Pinochet e sua opção pelo estímulo à exportação de matérias primas, que, segundo o professor, garantiu a estabilidade da economia do país que atualmente é um dos mais ricos da América Latina sem que, contudo, tenha resolvido os problemas de desigualdade social.


Fotos: Silvio Canella

Mario Figueroa
Museu da Memória e dos Direitos Humanos em Santiago do Chile

Por: Tatiana Maria de Paula Silva

O Congresso também recebeu o premiado arquiteto Mario Figueroa, atualmente coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAAP e que, em sociedade com os arquitetos Carlos Dias e Lucas Fehr, concebeu o projeto vencedor do Concurso Internacional para o Museu da Memória e dos Direitos Humanos e centro Matucana em Santiago do Chile.

O museu é um presente à humanidade em comemoração do bicentenário da Independência do país, inaugurado pela presidente Michelle Bachelet em 2010.

Durante a palestra, Mario Figueroa contou um pouco sobre sua história desde a sua chegada ao Brasil, em 1975, com 9 anos, até os dias de hoje e do momento que o projetou internacionalmente, quando ele e seus sócios ganharam, dentre 75 escritórios de arquitetura, o concurso do projeto do museu da memória.

Apesar de todas as críticas recebidas por parte dos colegas arquitetos, principalmente chilenos, que não viram com bons olhos o fato de um escritório estrangeiro ganhar o prêmio, Figueroa reconhece esse momento como um emocionante marco em sua carreira profissional principalmente pelo que o museu simboliza na história.


Fotos: Silvio Canella

Orlando Silva Arenas (PUC Valparaíso)

Relato, canções e poesias da época da ditadura

Na sequência, o engenheiro Orlando Arenas, sua filha Carolina Arenas, professora do curso extracurricular de teatro, acompanhados dos músicos Germán Rojas e Juan Raúl Urrutia emocionaram a todos com canções, poesias e imagens das manifestações e pressões da época da ditadura.

Contando a história de amigos e de sua imigração, para o Brasil, Orlando descreveu os momentos difíceis do dia do golpe de Estado que mudaria para sempre o percurso de sua vida, obrigando-o a migrar para o Brasil junto com a sua família.

Alberto Aggio
Golpe de Estado, regime autoritário e transição democrática no Brasil e Chile

Por: Fabiana Branco Shallcross Linton

Graduado em História pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na USP (em 1982), com mestrado e doutorado em História Social (em 1996) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Humanas y Sociais (FCHS) na UNESP, Alberto Aggio demonstra um grande interesse nos assuntos referentes à América Latina contemporânea, cultura política e democrática. Duas de suas obras foram Democracia e socialismo: a experiência chilena (2002) e Frente Popular, radicalismo e revolução passiva no Chile (1999).

Durante a palestra, Alberto falou sobre como os golpes de Estado no Brasil e no Chile, em 1964 e 1973, respectivamente, ambos com caráter militar, contaram com apoio de parte da sociedade civil.

Para ele, no Brasil, João Goulart (com programas de cunho nacionalista e reformista) recebeu o estigma de alimentar um projeto comunista, motivo que "justificou" o golpe no seu governo. Anos mais tarde, no Chile, Salvador Allende, um líder socialista, sofreu o golpe de Estado após o qual Augusto Pinochet assumiu o poder e impôs um regime militar de repressão, autoritário e muito mais violento que o do Brasil, de acordo com os relatos de mortes durante a ditadura.

Alberto apontou as diferenças governamentais entre Brasil e Chile, principalmente durante o período ditatorial dos dois países, diferenciando a duração do governo militar, o alcance e o tipo de opressão, os motivos que impulsionaram os golpes e a duração desse período.


Fotos: Silvio Canella

Para saber mais sobre o Congresso, acesse o site da Hispanidad do Colégio Miguel de Cervantes.