Sábado de Arte e Música no Colégio Miguel de Cervantes
Mostra de Arte homenageia o artista plástico David Dalmau
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 10 de novembro de 2014.
No formato atual, idealizado pelo professor e coordenador do departamento de Arte, Fábio Nogueira de Matos Martins, a mostra de arte do Colégio Miguel de Cervantes representa, desde 2005, um espaço para a exposição dos trabalhos produzidos pelos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental ao 1º ano do Ensino Médio.
Além dos artistas consagrados como Pablo Picasso, Van Gogh, Antoni Gaudí, Tarsila do Amaral, Salvador Dalí, trabalhados no planejamento das aulas de Arte, desde o ano passado, a partir da homenagem ao pintor brasileiro Francisco Rebollo, os professores elegem um artista para trabalhar em todas as turmas.
Este ano, o artista plástico catalão David Dalmau foi a inspiração para a produção das obras coloridas e alegres que resultaram em uma riquíssima exposição. A mostra também expôs trabalhos relacionados à arte do Chile produzidos durante a Hispanidad, arte Mudejar, fotografia, escultura e pintura.
Para o coordenador Fábio, o evento é a oportunidade de apresentar ao público externo tudo o que foi realizado pelos alunos durante o ano, do conhecimento ao aperfeiçoamento das técnicas relacionadas à arte. “Gostaríamos de expor todos os trabalhos, mas a produção é tão vasta que precisamos selecionar, então garantimos pelo menos um trabalho de cada aluno.
A seleção não é fácil, porque nosso objetivo é ter uma boa amostragem do que foi trabalhado e nossa preocupação transcende a estética. Consideramos que é possível um trabalho inacabado compor a mensagem do que queremos comunicar.”
Após o Sábado de Arte e Música, a exposição se estende durante a semana para que os alunos entrem em contato com a produção de outras turmas estudando e apreciando a variedade de técnicas e expressões artísticas. “Percebemos que o contato com os trabalhos de outras turmas tem empolgado nossos alunos a experimentar novas técnicas e consequentemente motivado a participação e empenho nas aulas de Arte”, comenta Fábio.
Fotos: Rafael Campagnoli
David Dalmau, a arte do contentamento
O artista plástico David Dalmau esteve no Sábado de Arte e Música do Colégio Miguel de Cervantes.
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 10 de novembro de 2014.
Catalão residente no Brasil desde 1991, Dalmau veio apreciar os trabalhos realizados pelos alunos do Ensino Fundamental, inspirados em suas eloquentes obras. Regidos pela professora Ana Valéria Turbiani, os alunos do 4º ano homenagearam o artista interpretando composições de Beethoven e Vivaldi em um arranjo para flautas.
Durante o Sábado de Arte e Música, o artista conversou com os alunos e distribuiu autógrafos.
O estilo do pintor, que consegue até em preto e branco transmitir deleite e alegria, foi reproduzido nas criações dos alunos. Temas como: repetições e padrões; retratos e expressões; flores; paisagem urbana; corpo e rosto; cenários e detalhes e perspectiva foram trabalhados para comporem a exposição.
Para Dalmau, o convite do Colégio possibilitou uma interação com as crianças, o que, para ele, representa um momento especial tanto para os alunos, que têm a possibilidade de conversar e esclarecer suas dúvidas, como para ele, que pôde presenciar o alcance de sua arte, “acredito que não haveria um pianista se não houvesse um piano na escola, a educação é a base para começar a história do ser humano. A pintura proporciona às crianças uma forma de se expressarem e se comunicarem, e o contato com o artista é algo que, por experiência própria, afirmo: muitos não esquecerão. Para um artista, presenciar um trabalho como o que estou vivenciando hoje é ver que de alguma forma estou garantindo minha continuação; se eu morrer amanhã, sei que ainda vou estar vivo no meu legado, e isso é muito bonito e, sobretudo, poder fazer parte disso é gratificante.”
Fotos: Rafael Campagnoli
Alunos do Ensino Fundamental, Curso Extra de Música e Cervantes Solidário apresentam números musicais inspirados no benefício da música para o corpo e mente
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 10 de novembro de 2014.
Com o tema “Música TransForma” o departamento de Música do Colégio Miguel de Cervantes organizou as atuações musicais do sábado, com enfoque na sustentabilidade, em seu sentido mais amplo, que abrange os conceitos de responsabilidade individual, cuidados com corpo e mente, comprometimento social e respeito à diversidade.
Para os professores, a escolha do tema se deu na crença do poder transformador da música. Durante as apresentações, outras palavras desenvolvidas a partir do radical Trans como transmitir, tranquilizar, transcender, transferir, transpirar, transpor, transportar, transmutar e transitar e relacionadas ao verbo formar: ouvintes, músicos, colaboradores, críticos, equipe, parcerias e personalidade iam aparecendo e compondo a definição do tema relacionado a esse poder.
Para a professora Ana Maria Premero, o núcleo do educador em qualquer disciplina é a formação integral da pessoa. Em música, essa concepção se estende não só ao ensino, mas também na participação e inserção do aluno no grupo. “O fato de um aluno não conseguir tocar exemplarmente um instrumento não exclui sua superação em participar do grupo. Para ele, subir ao palco e se apresentar é tão desafiador quanto tocar um instrumento. Nesse momento, eles se transformam e levam essa experiência para toda a vida. Nós, professores, queremos ir além da questão estética, queremos que cada um faça seu melhor. Sabemos que a música desenvolve a percepção, antecipação, memória, coordenação, mas também desenvolve a solidariedade, o respeito e a integridade e todas formam a essência do ensino de música no Colégio Miguel de Cervantes.”
Baseado nos estudos de Edgar Williems, que relaciona melodia ao sentimento, harmonia ao racional, e ritmo ao movimento; e em referência à musicoterapia e à memória individual, os alunos do 6º e 7º anos apresentaram um repertório com músicas representativas desse contexto: La Bella Luna, do músico Herbert Vianna; Não é proibido, da cantora e compositora, Marisa Monte; Vivir sin aire, do grupo Maná e Radioactive, do grupo Imagine Dragons.
“As peças executadas pelos alunos do 6º ano traduzem a importante função da música em resgatar a memória e reavivar nossas doces lembranças de infância, estimulando a memória afetiva. Muito mais do que prazer, a música pode despertar sensações de conforto e bem estar” comenta a professora Amália Luisa Senise Cunha Freire. Para ela, o trabalho desenvolvido com o grupo de flautas (sopranos, contraltos e tenores) reforça nos alunos a importância em ouvir o outro, destaca e define a função de cada naipe de flauta dentro da música executada e, sobretudo, desenvolve o espírito de equipe e parceria entre os alunos.
Os alunos do 5º ano enalteceram o silêncio e a reflexão interpretando a música Certas Coisas, do cantor e compositor Lulu Santos, e apresentaram o poder transformador no trabalho coletivo, da sincronizada execução da música Oh, When The Saint, com Boomwhackers – instrumentos musicais percussivos e melódicos de tubos em PVC.
Segundo o professor e coordenador do departamento de Música, Ivo Bonfiglioli, “essa apresentação com os tubos representa a importância do social dentro da música. Os alunos se conscientizam, porque percebem que sem a disposição para o trabalho em grupo não conseguem produzir música com esses instrumentos. Esse trabalho também traz benefícios cognitivos, pois desenvolve o reflexo musical e a atenção. Cada aluno é responsável por duas notas dentro da música e precisa conectar-se ao que está acontecendo para saber o momento certo de tocar.”
Os alunos do Projeto de Musicalização Cervantes Solidário, sob a orientação do professor Dê Portella, contagiaram a plateia com as composições coletivas: Amazônia e Mitologia Grega.
Em homenagem ao artista plástico Dalmau, que foi a referência para os trabalhos desenvolvidos para a mostra de arte deste ano, os alunos do 4º ano, regidos pela professora Ana Valéria Turbiani, apresentaram, em um arranjo para flautas, as composições Hino à Alegria, de Ludwig Van Beethoven e Primavera, de Antonio Vivaldi.
Continuando as apresentações, os alunos do 2º e 3º anos homenagearam os 60 livros e 60 anos da escritora Heloisa Prieto, o artista Dalmau, os cem anos de Dorival Caymimi e de Orlando Villas Boas, interpretando músicas de diversas etnias e regiões do mundo que retratam a riqueza da diversidade cultural.
Para a professora de música Roseli Lepique, um dos objetivos alcançado com o trabalho sobre diversidade é despertar com a música o repertório da visão de mundo global em prol da tolerância e de uma convivência pacífica entre os povos.