Leitura mostra aos alunos realidade e imaginação em uma história só
Por Carolina San Martin | 18 de maio de 2019
Os alunos do 5° ano do Ensino Fundamental I do Colégio Miguel de Cervantes tiveram a chance de conhecer duas figuras muito esperadas por eles ao longo do período em que leram o livro A menina dos sonhos de renda: sua autora, Marília Lovatel, e Marcela Riani, ilustradora e artista gráfica, que ministram uma palestra durante a Feira do Livro 2019.
Os alunos começaram a ler o livro no começo de abril e, desde então, fizeram vários trabalhos sobre ele, conforme o contado pela tutora de uma das salas: “Além de ler, os alunos criaram a partir do que leram”. Marília Lovatel disse estar surpreendida após ver o estande feito pelos alunos com base em seu trabalho.
Durante os 40 minutos da palestra proferida pela dupla, os alunos e professores aprenderam que dentro de uma história ficcional pode haver muitos aspectos verídicos. A renda, um dos principais objetos do livro, chamou a atenção de Marília para escrever quando ela soube que a maior renda já tecida tinha mais de um quilômetro de extensão. Igualmente inspirador para a autora foi a coragem das fiandeiras ao fazer algo tão grande e de conseguirem concluí-lo. “O artesanato, realizado continuamente há muitos anos, não interessa às gerações mais novas”, Marcela disse ao falar sobre o tema. No livro, outro objeto importante para o entendimento da história é uma concha, que é escondida pela personagem principal, Filó. Foi grande a surpresa das crianças ao descobrirem que tal detalhe foi inspirado por um acontecimento real: um dia Marília estava na praia recebeu de presente uma concha de um pescador, que as limpava e depois as vendia na praia.
Mesmo sendo o primeiro livro ilustrado por Marcela, que não conhecia a autora antes do livro ter sido escrito, não conseguimos ver isso. Ambas acreditam que a atmosfera do começo, mesmo sendo triste, não perdura ao longo do livro. Marília, ao ser perguntada sobre quando começou a escrever suas histórias, respondeu: “Comecei a escrever em meu caderninho, todo decorado por conchas e rendas, desde quando eu era pequena”. Sua resposta concluiu a sessão de perguntas realizada ao fim da palestra, fazendo seus próprios leitores, mesmo sendo apenas do 5° ano, já pensarem também em escrever suas próprias histórias.