Atividade Pós Feira
Em 29 de maio, o premiado escritor madrileno Javier Moro conversou com os alunos do 9º ano e do Ensino Médio sobre suas principais obras
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 3 de junho de 2019.
O escritor Javier Moro, que estava no Brasil por ocasião do lançamento de seu livro Meu pecado, foi recebido no teatro do Colégio e respondeu às principais dúvidas dos alunos sobre sua produção literária, inspiração, tradução e outras curiosidades. O encontro mediado pelos professores Jose Muñoz Cabrera e Gabriel Iglesias Morales, contou com a presença do diretor de ensino Moisés Domingues, que deu as boas-vindas ao autor, alunos e famílias presentes no teatro.
Javier explicou aos alunos a diferença entre romance histórico, que mescla personagens fictícios com personagens reais (em um contexto histórico), e história romanceada, seu estilo literário, que retrata personagens reais da história dentro de um contexto histórico, mas utilizando da ficção apenas para recriar diálogos.
O escritor destacou a contribuição desses gêneros para a Literatura. “Não se tem inventado na história da humanidade uma maneira de viajar no tempo melhor do que o romance histórico ou a história romanceada, porque não há nenhum artefato capaz de te levar a uma igreja antiga, à Índia dos marajás, ao passado geográfico e temporal. Essa é a força da Literatura, isso te permite a Literatura. Sou historiador de formação, mas não exerço a função de historiador. Se meus livros fossem de História, seriam contados de outra maneira porque eu estaria obrigado a seguir o método da ciência histórica, a respeitar as datas e citar as fontes constantemente. O historiador se preocupa por transmitir conhecimento e dados. No romance histórico, ou história romanceada, o que se pretende é emocionar ao leitor mais do que informar-lhe. O principal é a conexão do leitor pela emoção”, comenta o escritor.
Ainda durante o encontro, Javier explicou que seu interesse pela temática brasileira se deu fortemente quando mataram Chico Mendes. A partir desse acontecimento, ele quis vir conhecer o Brasil e o descobriu tanto pela Amazônia quanto pela solidariedade que toda sua gente lhe despertou. “Sempre tudo é fruto de uma história de amor e, nesse sentido, a minha história de amor com o Brasil é também a minha história com os povos amazônicos, com as sociedades que estão excluídas, com tudo o que tem me interessado. Esse interesse não é fruto de uma escolha fria, em que simplesmente decidi escrever sobre o Brasil. Eu escrevi sobre o Brasil porque todos os acontecimentos do final dos anos 80 despertaram algo que já havia dentro de mim”, explica Moro.