Aluno do 3º A, Joaquim Celidonio, foi coorientador no Congresso da Hispanidad
A entrevista remete ao tema da Residência de Estudantes espanhola, apresentado durante o Congresso da Hispanidad pelo grupo 3
Por: Maria Gabriela Alzueta | 18 de outubro de 2017.
Maria Gabriela: Lendo sobre o assunto abordado pelo seu grupo vi que a Residência de Estudantes existe até hoje. Ela ainda funciona da mesma forma? Quem anda hospedado por lá?
Joaquim Celidonio: A Residência de Estudantes, depois da Guerra Civil, foi adquirida por uma empresa privada, ou seja, hoje em dia ela não é mais um órgão governamental. Portanto, ela funciona até hoje sendo administrada por essa empresa, porém não com a mesma intensidade, força e poder que tinha antigamente antes da Guerra. Por causa disso, hoje em dia qualquer um que quiser pode se hospedar nela. Contudo, alunos que se sobressaem em suas universidades ou mentes famosas são às vezes convidados para irem para lá.
MG: Você pensa que a Residência teve uma enorme importância na formação das grandes mentes que passaram por lá? Se sim, por quê?
JC: Sim. Gabriel García Lorca é um grande exemplo disso. Ele, inclusive, já afirmou diversas vezes a importância que a Residência de Estudantes teve em sua vida, devido ao contato com outros grandes artistas como Salvador Dalí. é muito engraçado, pois Lorca é um dos maiores nomes da história da poesia espanhola, porém, no contexto da Residência, ele era só mais um estudante que estava aprendendo e estudando com os outros. Ele diz que suas poesias evoluíram muito com os conhecimentos que ele adquiriu lá. Além disso, ele aprendeu música, aprendeu a tocar piano, entre outras coisas. Então sim, com certeza esse ambiente influenciou na forma de pensar de quem passou por lá.
MG: No que seu grupo se baseou para recriar a Residência? Vocês partiram de alguma base ou seguiram mais a linha de sua própria imaginação?
JC: Para recriar o cenário, tanto na nossa cabeça como no visual da sala, partimos de imagens da internet da própria Residência. Além disso, uma base importante foi também uma exposição que os oitavos e nonos anos do colégio realizaram, na qual havia uma recriação do lugar. Usamos também um livro chamado La Residencia De Estudiantes, da autora Margarita Sáenz de La Calzada, que forneceu informações dos endereços nos quais já foram a Residência.
MG: Na sua opinião, qual era a parte mais interessante da Residência? O contato entre as pessoas, as atividades, a interação?
JC: Num contexto geral, acho que tudo era interessante. No começo, a Residência não era tão grande, então naquela época acho que o mais legal era o contato que existia entre as pessoas. Porém, com o passar do tempo e com o seu crescimento, as atividades que eles tinham lá se tornaram muito interessantes. Desde grupos de esportes, como por exemplo de o esqui ou de caminhada, a visitas em museus importantes. Os estudantes pensavam muito na sua vida coletiva, o que era muito interessante, pois vários deles quando deixavam a Residência doavam dinheiro para que outros pudessem estudar lá, já que não era (uma coisa barata naquela época). Assim, penso que o principal legado de tudo isso foi o companheirismo que desenvolveram, que se tornou a principal atividade deles.