Severo Ochoa, Prêmio Nobel da Medicina e estudos bioquímicos
Por: Eduardo Wanderley Monte Vieira da Cunha | 28 de setembro de 2017.
Quem foi Severo Ochoa?
Severo Ochoa de Albornoz nasceu em Luarca, na Espanha, no ano 1905. Foi um dos mais renomados bioquímicos da história, responsável por diversos estudos nas áreas da biologia, fisiologia e medicina. Iniciou seus estudos em biologia na cidade de Málaga e depois foi à Madri, onde iniciou seus estudos em medicina na Escola Médica da Universidade de Madri. Durante boa parte desse período, viveu na Residência dos Estudantes, um dos maiores centros científicos e culturais da España, onde teve a oportunidade de conhecer e conviver com grandes intelectuais e artistas da época, como o escritor Federico García Lorca e o famoso pintor Salvador Dalí. Após a sua graduação, em 1929, viajou à Alemanha, onde trabalhou em um instituto de pesquisas médicas, especialmente na área de bioquímica e fisiologia do músculo humano, fator que seria de extrema importância para sua carreira científica. Após seu retorno à Espanha, iniciou seus estudos sobre enzimas do corpo humano em Londres, no ano de 1932, e em 1935, somente seis anos após sua graduação, é convidado para ser diretor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Investigações Médicas da Cidade Universitária de Madri. Durante seis anos estudou as enzimas, a vitamina B1 e o metabolismo humano pela Europa, passando novamente pela Alemanha e até mesmo em um dos laboratórios da Universidade de Oxford. Em 1951 se muda para os Estados Unidos, onde continua seus estudos e pesquisas sobre a vitamina B nos processos de obtenção de energia e a fixação de gás carbônico por parte das plantas verdes. Já em 1955, Severo Ochoa descobre uma enzima essencial para a síntese do famoso RNA humano, que por sua vez é uma molécula essencial para a síntese das proteínas presente nos corpos. Tal descoberta lhe garantiu o Prêmio Nobel da Medicina de 1959, um dos mais renomados prêmios científicos da atualidade, e o qual dividiu com seu discípulo estadunidense Arthur Kornberg, que o ajudou em suas pesquisas. Retornou à Espanha em 1985, onde dirige investigações da síntese de proteínas, e em 1993 publicou em Madri a sua biografia denominada A emoção de descobrir. Faleceu no mesmo ano, com 88 anos de idade.
O que é a bioquímica?
A bioquímica é (como o próprio nome sugere) a química presente nas formas de vida conhecidas pelos seres humanos, ou seja, todas as reações químicas que ocorrem em nível molecular responsáveis pelo funcionamento dos corpos animados. Logo, estão presentes no estudo da bioquímica as principais biomoléculas conhecidas pelos cientistas: proteínas, lipídios, glicídios e ácidos nucleicos; e como são capazes de criar e manter a vida.
Por possuir moléculas microscópicas como seu principal objeto de estudo, a bioquímica é um campo da ciência que exige muita tecnologia para o seu entendimento, o que implicou um grande avanço tecnológico a partir da segunda metade do século XX com o intuito de criar novos dispositivos científicos que permitam um maior aprofundamento na área de pesquisa, como os microscópios eletrônicos.
O estudo da bioquímica permite que os seres humanos reproduzam em laboratórios as reações químicas presentes no ciclo vital dos seres, o que possibilita a análise de tais reações e um maior entendimento do funcionamento dos organismos. Isso ocorreu pela primeira vez em 1828, quando um pesquisador alemão sintetizou uma das substâncias presentes na urina de mamíferos, a ureia. Por isso atualmente a humanidade dispõe de remédios capazes de curar centenas de doenças: muitas delas são causadas por reações maléficas ao organismo humano que, quando analisadas através dos conhecimentos bioquímicos, podem ser mais bem compreendidas a fim de que seja criada uma “cura”, em outras palavras, um composto químico capaz de neutralizar ou impossibilitar a ocorrência dessa reação.
Em conclusão, a bioquímica é de extrema importância na atualidade, permitindo que cientistas compreendam cada vez mais a vida e que a indústria farmacêutica produza inúmeros remédios capazes de curar as mais variadas doenças.
Fontes:
– https://www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1959/ochoa-bio.html
– http://www.cervantes.es/bibliotecas_documentacion_espanol/biografias/chicago_severo_ochoa.htm
– http://www.juventudect.fiocruz.br/bioquimica
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