“Las bicicletas son para el verano” é exibido para os alunos
Filme sobre a Guerra Civil Espanhola encerrou as atividades do 1º dia do Congresso
Por: Eduarda Vieitas Soares da Silva|20 de outubro de 2017
Ontem, a atividade da tarde do Congresso Hispanidad foi a exibição do filme espanhol “Las bicicletas son para el verano”, evento realizado no teatro para alunos e professores. O longa-metragem de 1983, dirigido por Jaime Chávarri, aborda a Guerra Civil Espanhola através da perspectiva do drama dos civis. A partir do filme, os espectadores compreenderam as incertezas e angústias das pessoas que viveram esse conflito, cujo início encerra a Edad de Plata.
“Las bicicletas son para el verano” conta a história de Luisito, um garoto madrileno que pede ao pai uma bicicleta para aproveitar o verão, mas por questões financeiras não a compra e afirma que no ano seguinte também haverá verão. Infelizmente, ele estava enganado, pois em meados da estação do ano em questão (1936) estoura a Guerra Civil na Espanha, acabando por um lomgo tempo com os períodos de felicidade dos espanhóis, simbolizados pelos verões. O filme, baseado na peça teatral homônima de Fernando Fernán Gómez, foca em mostrar o conflito pela perspectiva dos vencidos, evidenciando as suas perdas e danos pessoais e deixando o tema político de lado. Logo, com a exibição, os estudantes e professores cervantinos aproximaram-se emocionalmente dos personagens – por estes enfrentarem dramas cotidianos da esfera humana – e, através disso, entenderam a profundidade das ruínas deixadas pela guerra no interior de cada indivíduo.
Para Mabel Mendonza, professora e escritora licenciada em Filosofia e Licenciatura Hispânica na Argentina, que assistiu ao filme conosco, a guerra representada cinematograficamente é apenas um pano de fundo, e por isso, tal objeto cultural não mostra realmente as consequências dela, mas os impactos nas relações pessoais. Do mesmo modo, para Jorge Pedrosa Rua, professor de espanhol do Colégio Miguel de Cervantes e colaborador do projeto “En pocas palavras”, o filme aborda uma outra maneira de apresentar o conflito, que às vezes é visto apenas pela sua agressividade, enquanto é retirada a atenção da guerra que ocorre na retaguarda, em que as pessoas sofrem fome e abusos.