“Mãe… pai… chegou meu boletim!”
Por: Denise Tonello*
Ao final de cada trimestre, chega o momento de os alunos levarem para casa seu boletim.
E, como esse instrumento comunica o “resultado” da avaliação do trimestre, é bastante comum que a situação cause “borboletas na barriga” das crianças e “angústia ou decepção” por parte dos familiares, caso as menções não correspondam às expectativas criadas.
O boletim revela o desempenho do aluno em cada componente curricular, em função de objetivos específicos e critérios de avaliação estabelecidos para o decorrer de todo um trimestre. Assim como reconhecemos que as pessoas são diferentes, necessitamos compreender que os processos de aquisição dos conceitos, atitudes, valores, procedimentos, habilidades e competências também ocorrem em tempos e ritmos diferenciados.
Por isso, o papel da família é de extrema importância para acolher a chegada desse boletim e compreender a avaliação como um processo de regulação que tem por objetivo auxiliar a criança a refletir sobre conquistas, dificuldades e desafios. Sempre temos algo para aprender!
Para que possamos ajudar a criança a compreender que os processos de avaliação fazem parte da vida e que nos auxiliam a ter clareza do que e como podemos melhorar ou aprender o que ainda falta, é de fundamental importância que, ao receber o boletim das mãos de seu filho, você retome o que ele achou do trimestre:
- O que foi fácil, o que foi difícil, o que é preciso melhorar e como familiares podem ajudá-lo a fazer isso?
- Que posturas precisam ser revistas para que, de fato, ele possa criar uma rotina mais independente que garanta a realização das tarefas e um hábito de estudo contínuo?
- Que tipo de apoio é necessário para auxiliá-lo na organização dos materiais e promover situações de iniciativa, independência e autonomia?
Em nosso sistema de avaliação, atribuímos uma menção única para cada disciplina. As crianças, ao longo do trimestre, participam de conversas e dinâmicas para compreender o significado de cada uma delas, além de vivenciarem processos reflexivos de autoavaliação, sempre com o intuito de estabelecer metas para superar dificuldades e atingir os objetivos propostos.
Ao ingressarem no Ensino Fundamental I, seus filhos estão iniciando uma rotina escolar mais formalizada. Isso implica reconhecer que, na escola, aprendem coisas específicas, que o conhecimento adquirido pode ser suficiente ou insuficiente e que alegrias e frustrações são esperadas nesse processo.
Assim, tendo em vista essa fase “de crescimento”, nos cabe garantir um contexto de reflexão sobre o processo vivido, que implique o compromisso de metas para o próximo trimestre.
E, o mais importante: nos cabe ajudar a criança a manter a confiança em sua possibilidade de sempre seguir aprendendo.
*Denise Tonello – *Mestra em Educação, Formação de Formadores, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Pedagoga da Universidade de São Paulo. Orientadora Educacional e Pedagógica do 1º ciclo do Ensino Fundamental I no Colégio Miguel de Cervantes, Coordenadora do Centro de Formação Saber Mais e Mais, Assessora em escolas particulares de São Paulo, Formadora de professores e Colaboradora no Instituto Avisalá, Fundação Carlos Chagas, PRISMA (Centro de Estudos do Colégio Santa Maria) e Mathema, Colaboradora do grupo Santillana, da Editora Moderna e da Editora Triolet na formação de professores e na produção de materiais didáticos.