Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 2 de maio de 2016.
Encontro com autora: Llanos Campos Martínez*
No dia 28 de abril, a premiada escritora Llanos esteve com os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental para uma sessão de história e curiosidades sobre piratas. A convidada foi recebida por alunos que leram sua biografia para todos os colegas e deram as boas-vindas.
Llanos, que é autora do livro O Tesouro de Barracuda, conversou com os alunos sobre como teve a ideia de escrever a história do pirata Barracuda e de seus companheiros, que desbravam os mares no navio La Cruz del Sur. Os piratas, que não sabiam ler, vivem a aventura da descoberta da leitura quando encontram um livro com instruções sobre como chegar a um tesouro magnífico.
Durante o bate-papo, a escritora contou aos alunos curiosidades sobre piratas famosos, como Barba Negra e outros. Para a escritora, que conheceu o mar pela primeira vez aos 12 anos, o tema sempre despertou interesse, tanto que hoje em dia ela tem um barco e adora navegar pela costa, mas prefere não encontrar nenhum pirata pelo caminho.
Llanos também se encontrou com os alunos do 6º e do 7º ano durante a 33ª Feira do Livro.
*Llanos Campos Martínez: Nasceu em Albacete, Espanha. Graduada em Psicologia pela Universidad de Granada e Interpretação de Teatro na Escola Municipal de Albacete. Começou a criar seus primeiros textos teatrais para companhias como o Teatro de Malta e o Teatro Capitano até montar sua própria companhia, Compañía Falsaria de Indias, na qual escreveu as peças María Sangrienta, Por el ojo de la cerradura e Los sueños de Valentina. Recebeu o prêmio Barco a Vapor em 2014 com o livro El tesoro de Barracuda.
Fotos: Silvio Luiz Canella
Palestras Euclides da Cunha e Federico García Lorca
Dando continuidade aos trabalhos da Feira do Livro e em celebração aos 150 anos de nascimento de Euclides da Cunha e 80 anos da morte de Federico García Lorca, os professores do Ensino Médio Roberson Campos de Oliveira, da disciplina de História, João Jonas Veiga Sobral, de estudos Literários, José Muñoz Cabrera, professor de História da Espanha, e Rafael Ruanova Quintas, de Estudos Língua Espanhola, fizeram uma conferência sobre os dois expoentes da literatura brasileira e espanhola.
Apresentando os componentes da mesa, a professora chefe do departamento de Língua Portuguesa, Lilian Lisete Garcia da Silva, e o professor chefe do departamento de Língua Espanhola, Jorge Pedrosa Rúa, introduziram os temas das duas palestras.
Euclides da Cunha
Roberson de Oliveira e João Jonas V. Sobral
O professor Roberson iniciou a conferência apresentando os aspectos históricos da obra Os Sertões, que versa sobre a Guerra de Canudos. Ele relatou o contexto social da época, final do século XIX e início do XX, quando o Brasil vivia a transição da monarquia para a república.
O professor afirma que muitas das motivações da instauração das figuras religiosas dos beatos como Antônio Conselheiro, líder do povoado de Canudos, são decorrentes da república que estava sendo instaurada na época, que não priorizava problemas sociais graves e ainda hoje persistentes: a desigualdade na distribuição das terras, a falta de políticas de inclusão social dos negros e dos camponeses analfabetos, que viviam sob a opressão dos coronéis.
Roberson finaliza apresentando desde as motivações que serviram de estopim para o conflito e as quatro investidas militares contra Canudos, organizadas pela república a fim de conter os insurgentes, até a investida final, que envolveu seis mil soldados e resultou no massacre relatado na obra, que, para ele, mudou a visão de mundo do autor.
O professor João Jonas apresentou o aspecto literário da obra, abordando a transformação do olhar do autor no decorrer dos relatos.
Ele ressalta a racionalidade de Euclides da Cunha como engenheiro e militar, a princípio simpático à causa republicana. Inicialmente incomodado com assuntos de ordem messiânica, Euclides vai reportar o conflito e se depara com a realidade do povo miserável que vivia em Canudos.
João falou sobre a antipatia generalizada pelos sertanejos e por Antônio Conselheiro, tido como louco. O professor mencionou ainda a desconstrução do ponto de vista de Euclides, enquanto jornalista, ao constatar a capacidade de Conselheiro de agregar uma gente que, abandonada pelo Estado, se organizou e defendeu Canudos como sua terra até o completo extermínio.
Federico García Lorca
José Muñoz Cabrera e Rafael Ruanova
Para homenagear o poeta Federico García Lorca, o chefe do Departamento de Língua e Literatura Espanholas, Jorge Pedrosa Rúa, apresentou um vídeo produzido com a ajuda do assessor do Conselho de Educação da Embaixada da Espanha no Brasil, Antoni Lluch, e dos alunos de Língua Espanhola de várias cidades do Brasil, que declamaram o poema Oficina y denuncia.
O professor Rafael iniciou sua conferência abordando aspectos da biografia do escritor, incluindo suas obras, angústias e viagens, até seu assassinato em 18 de agosto de 1936, em Granada, no princípio da Guerra Civil. O professor comentou sobre a representatividade da obra do poeta no Brasil e em todo mundo.