Festival de Teatro do Colégio Miguel de Cervantes
De 18 a 27 de novembro, oito espetáculos compuseram o Festival de Teatro 2014.

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 1º de dezembro 2014.

Os espetáculos, dirigidos pelos professores do curso extra de Teatro do Colégio, apresentaram diversos gêneros como comédia, drama, mistério e ação.

A abertura do Festival ficou por conta do grupo de Teatro em Espanhol, dirigido pela professora Patrícia Varela Gonzalez, que apresentou a bem-humorada peça “Perdidas con Alicia en el país de las maravillas”, história inspirada na obra de Charles Lutwidge Dodgson. Na segunda sessão, o grupo de teatro dos alunos do 7º e 8º anos apresentou a peça O Crime no Expresso Real, dirigida e narrada pelo professor Fabio Nogueira de Matos Martins. A peça teve a participação ativa do público para desvendar o mistério do roubo do cálice real.

O segundo dia do Festival foi tomado pela apresentação do suspense O colar misterioso, dirigido pelo professor William Gerson Rosa, e pela adaptação do mito de Perseu, dirigido pelo professor Fabio Nogueira de Matos Martins. A peça conta o mito do ponto de vista dos alunos com elementos do cotidiano jovem e com muito bom humor.

O professor Fabio Nogueira de Matos Martins ressaltou ao público que os trabalhos desenvolvidos pela equipe de professores de teatro do Colégio, que abrange alunos do Fundamental ao Ensino Médio, priorizam o autoconhecimento e a compreensão das relações humanas, acreditando no poder educacional transformador dessa arte.


Fotos: Silvio Luiz Canella e Rafael Campagnoli

No terceiro dia do Festival, os alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Fundamental apresentaram as peças escritas e produzidas por eles O Tesouro Perdido e Past and Future, respectivamente.

A professora Carolina Soledad Fortunato Silva explicou à plateia que envolver as crianças na autoria das próprias produções estimula a leitura, a escrita, a autoestima e a criatividade. Ela explicou que, durante o processo de produção coletiva, as crianças refletem sobre seus próprios valores, se posicionam, exercitam a argumentação e o pensamento crítico. Antes das apresentações, a professora apresentou o making off da criação das cenas, cenários, personagens e história; um presente aos pais que, emocionados, puderam acompanhar os passos dos pequenos atores e autores de 7 e 8 anos.

No último dia do Festival, foram apresentadas duas peças dirigidas pelo professor William Rosa. A primeira, Sonhos de Uma Noite de Verão, encenada pelos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, foi interpretada com muito profissionalismo até nos improvisos. O encerramento ficou com o grupo de Teatro Os Graviolas, formado pelos alunos do Ensino Médio, com a peça O Caso do Trem. A divertida história de uma família em torno do casamento da filha e do caso de amor de sua tia alegrou e contagiou a plateia.

O grupo teve a participação do ex–aluno Sergio Waddy Haddad Filho e de quatro terceiro anistas do Ensino Médio, que se despedem como alunos do grupo e contam abaixo um pouco da trajetória do grupo Os Graviolas:


Fotos: Silvio Luiz Canella

“Quando entrei para o grupo, não sabia direito como ia ser, apenas sei que foi muito melhor do poderia imaginar. Logo no primeiro dia, fui bem recebido por todos.
Nas primeiras semanas, houve os jogos de confiança, improviso, e atuação. A cada dia, fui conhecendo um pouco mais de cada um, era muito bom acordar na quinta-feira sabendo que ia encontrá-los.
E tudo isso valeu a pena!
Na peça, senti um prazer imenso, antes, durante e no final, quando todos demos um grito de animação sabendo que todos fomos incríveis
Enfim, vai ser uma experiência que vou levar pra sempre comigo, como uma das melhores, Graviolas sempre!”

Sergio Waddy Haddad Filho

"Eu acho muito difícil tentar explicar o que é ter feito parte do grupo Graviolas e descrever a sensação de estar no palco com todos aqueles atores e amigos maravilhosos. Entrei no teatro meio sem querer no meio deste ano, graças à saída de uma das participantes do grupo. Eu posso dizer que peguei o bonde andando e tive que pegar o papel dela e adaptá-lo ao meu jeito. Foi bem complicado no começo, pois a minha personagem não tinha nada a ver comigo e eu tive que fazer muito esforço para me encaixar bem com a personalidade dela. A tarefa, enfim, foi cumprida e devo enorme parte disso aos meus amigos que me ajudaram a me sentir acolhida e parte de um grupo muito especial, me dando conselhos sobre a personagem e aprovando pequenas mudanças ou piadas que eram inventadas ao longo do processo. O grupo dos Graviolas é e sempre será muito marcante na minha vida, pois foi com eles que eu tive minha primeira experiência cênica de verdade. Eu já havia feito um projeto de teatro e música no primeiro ano, mas era completamente diferente, o comprometimento era totalmente outro. Confesso que vou sentir muitas saudades desse tempo, que foi pouco, mas, mesmo assim, marcante, que passei com o grupo de teatro. Os amigos que fiz lá, os jogos de sincronia, as piadas, as histórias e a apresentação final ficarão para sempre na minha memória e terão parte significante na minha história. Agradeço a cada um deles por tudo que me proporcionaram nesse último ano de Colégio Miguel de Cervantes, foi muito especial. E no ano que vem, ainda ouviremos muito falar dos Graviolas!"
Paola Grandinetti Soares

"Comecei a fazer o curso de teatro na escola no 9º ano, quando lemos uma peça na aula de espanhol que nos despertou interesse por interpretar. Desde então, as aulas de teatro passaram a ser não só simples aulas de atuação, mas também um espaço de reflexão conjunta, de autoconhecimento, tanto pela troca de experiências quanto pelas inspirações ou pela relação minha como ator com a personagem que interpretava. A primeira peça que apresentei foi de Nelson Rodrigues, e o caráter psicológico de sua obra foi provavelmente o que m