SALA DOS PROFESSORES

Luz, câmera, ação!

Por: William Rosa e Karin Arriagada

Nos últimos anos, temos observado cada vez mais, e em especial nesta última Hispanidad, uma quantidade bastante significativa de produções audiovisuais em distintos formatos: entrevistas, podcasts, stop motions, esquetes e informes jornalísticos. Os vídeos produzidos estiveram presentes nos stands, no teatro, nas salas de aula e em aplicativos acessados por QR Codes. Tamanha produção contou com o apoio de parte da equipe de Tecnologia Educacional, que, nos últimos anos, vem construindo progressivamente um ambiente de acesso e capacitação para o uso dos equipamentos para a filmagem e de softwares para edição.

Dentro dessa perspectiva, se faz importante ressaltar aqui alguns fatos que, ao longo desse processo, ajudaram a estimular o uso do audiovisual como formato de produção pedagógica. É preciso também pontuar algumas particularidades das produções atuais, considerando o preparo dos alunos em cada faixa etária, os desafios enfrentados e o grau de dificuldade de cada projeto, tanto para alunos quanto para professores, que incorporaram esse processo em seus trabalhos de forma sensata e proativa.

Para esmiuçar um pouco mais essa retrospectiva, segue abaixo uma relação das produções realizadas sob a coordenação da Equipe de TE ou que contaram com a sua assessoria além, é claro, de outros projetos realizados autonomamente por professores e alunos:

  • Registro fotográfico simples dos alunos, trabalhando em produções não midiáticas e apresentação final em forma de vídeo;
  • apoio ao professor na construção de apresentações multimídia navegáveis, com uso do Power point, Office Mix ou Exelearning;
  • criação do projeto “CMC Laboratório de Mídia”, favorecendo a experimentação audiovisual aos alunos do 1º Ano do EM:
    • parceria, na Feira do Livro de 2017, com a “Oficina de escrita”, dos alunos do 4º Ciclo, em que os alunos do projeto entrevistaram alguns escritores convidados para o evento e subiram os vídeos no Blog com as escritas produzidas pelos alunos da oficina. Essa parceria impulsionou no projeto a prática de entrevistar os escritores nas Feiras do Livro de 2018 e 2019, totalizando 20 entrevistas nesses três anos;
    • parceria com a ESPM, em que os alunos constroem seus roteiros, gravam nos estúdios da faculdade e editam seus próprios vídeos;
    • parceria com o Departamento de Comunicação, utilizando vídeos produzidos pelos alunos do projeto nos televisores da secretaria e recepção;
    • parceria com o projeto “Teatro com ação social” (de autoria do professor Fábio Martins), no registro e entrevistas das ações promovidas em 2018 e 2019 pelo projeto do teatro. O conteúdo das entrevistas e registro do espetáculo do grupo do 1º semestre de 2019 gerou a publicação de uma página web e faz parte de um dos projetos apresentados na parceria com a PEA-UNESCO sobre respeito à diversidade;
  • aula de linguagem audiovisual para os alunos do 3º ano do EM como preparação para a viagem a Brasília, subsidiando o produto final realizado pelos alunos (documentário) – enquadramentos, ângulos, storyboard, filmagem e edição;
  • aquisição inicial de equipamentos audiovisuais;
  • ampliação do uso de recursos audiovisuais incorporados ao Moodle, como videoaulas, clipes musicais, documentários etc.;
  • parceria com os departamentos de Música e Matemática na criação autoral de videoaulas;
  • parceria com o Departamento de Espanhol no registro sistemático do curso de Cultura Espanhola;
  • expansão dos exercícios de filmagem e fotografia com aulas sobre vídeo e fotografia artística aos alunos do 1º ano do EM;
  • parceria com o curso de LP dos 5º anos no projeto “Booktubers”, proporcionando a primeira produção em maior escala filmada e editada pelos alunos. A partir de 2019, essa atividade se incorporou ao currículo, por estar de acordo com as habilidades destacadas pela BNCC e pelo “Currículo de habilidades e competências digitais” do Colégio;
  • oficina de Stop Motion para os alunos do 2º ano EF na Feira do Livro de 2018. Produções coletivas e dirigidas com aplicação da técnica;
  • incorporação, pelo grupo de professores do Ciclo I, da prática de registro de depoimentos e etapas de aprendizagem dos alunos com uso do iPad, tripé e microfone;
  • Hispanidad:
    • uso do estúdio de gravação completo, com tripés, iluminação, fundo verde e microfones, para as gravações dos projetos para a Hispanidad do 2º ciclo em 2018 e dos 2º, 3º e 4º ciclos em 2019. Em 2018 houve uma necessidade maior de apoio nas filmagens e edições, que ficou centralizada nos professores e equipe de TE. Já em 2019, além de utilizarem três estúdios simultâneos de gravação para projetos distintos, a maior parte das edições ficou a cargo dos próprios alunos, com expressiva redução na necessidade de intervenção direta da equipe de TE.
    • projeto com a linguagem do stop motion na Hispanidad 2019 para o 1º Ciclo, construindo coletivamente a volta ao mundo de Magallanes e Elcano;
    • suporte na gravação e edição de vídeos com efeito choma key, para app criado no projeto sobre as especiarias no 1º Ciclo para a Hispanidad de 2019;
  • parceria com o curso de LP do 8º ano, com orientação sobre enquadramentos, storyboard, filmagem e edição com ou sem efeito chroma key para os alunos, que farão suas filmagens com base nos roteiros já produzidos em um intercâmbio com os alunos do Nordeste.
  • apresentação dos trabalhos produzidos em audiovisual nos encontros de TE e para o grupo PRAXIS, ampliando o número de professores interessados em usar os recursos em suas aulas.

Todos esses exemplos, e outros não citados, ajudam a construir um cenário atualmente presente no Colégio Miguel de Cervantes, em que a presença da produção audiovisual não é meramente um produto pronto, a ser consumido passivamente, mas sim uma linguagem em constante processo de experimentação e apropriação. Nesse cenário, o vídeo não é mais somente um registro de outros objetos de conhecimento, mas tem se tornado cada vez mais o objeto de conhecimento em si, com seus códigos sendo aprendidos e aplicados, com o refinamento do olhar para uma construção estética cada vez mais apurada na apreciação, na captação e na edição. Trata-se, portanto, do vídeo como linguagem, como suporte e como ferramenta no exercício da aprendizagem integral.

 Links com parte das produções citadas: