Professores levam alegria e sorrisos às crianças no Darcy Vargas
Professores do Colégio Miguel de Cervantes participantes do projeto Comediantes pela Vida* apresentam o Clássico Branca de Neve e os Sete Anões

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 3 de junho de 2015.

Todos reunidos, silêncio na plateia, o espetáculo já vai começar. Os talentosos atores? Professores do Colégio Miguel de Cervantes que dedicam parte do seu tempo para o voluntariado. A plateia? Crianças e adolescente portadores de doenças crônicas, dentre elas o câncer.

Há aproximadamente seis anos, o professor de língua espanhola Manuel Rincón Sierra veio da Espanha compor o quadro de professores do Colégio. Trouxe na bagagem o amor pela arte de ensinar e a indumentária do palhaço Pilili, personagem criado por ele e ilustre conhecido das crianças do Hospital 12 de Octubre, em Madrid. Ao chegar no Brasil, Pilili, com seu jeito travesso e sua fala enrolada, foi visitar o hospital Darcy Vargas e logo encontrou outras crianças, ou “amiguetes”, como ele as chama, para alegrar e contar suas peripécias.


Fotos: Bruno Leite da Luz Carvalho

Na corrente do bem transmitida pelo palhaço, vários professores se uniram para montar uma trupe que, por meio de contação de histórias, malabares, oficinas de maquiagem, brincadeiras populares, teatro e jogos infantis, assumiram o compromisso de incentivar a alegria naqueles que vivem um cotidiano de luta e superação.

E mais uma vez, no dia 2 de junho, os voluntários se reuniram para contar no auditório do hospital Darcy Vargas uma versão bem divertida do clássico da literatura infantil Branca de Neve e os Sete Anões. A peça arrancou risos e entusiasmou crianças, familiares e profissionais do hospital.


Fotos: Bruno Leite da Luz Carvalho

Elenco da peça:
Madrasta – Denise Maria Milan Tonello – Orientadora educacional da Educação Infantil e 1º anos do Ensino Fundamental
Espelho – Bartira Raquel Rebello – Psicóloga Educacional
Caçador – Enzo Gonzalez de Marchi – Aluno do 2º do Ensino Médio e do curso de teatro do Colégio
Príncipe – Felipe Máximo de Carvalho – Professor de Educação Física
Branca de Neve – Mônica Moutinho – Professora polivalente do 1º ano do Ensino Fundamental
Anão Mestre – Maria Odete de Mattos – Professora de Ciências e Matemática em Espanhol
Anão Zangado – Patrícia Martinez – Professora polivalente do 3º ano EF
Anão Dengoso – Marisol Patrícia Saucedo Revollo Lage – Psicopedagoga
Anão Feliz – Renara Raimundo Toscani – Professora de Arte do Ensino Fundamental I
Anão Soneca – Bruna Galhardo Fernandez – Professora assistente de Infantil I
Anão Atchim – Clei Aparecida Gil Muner Ferreira – Professora polivalente de Infantil II
Anão Dunga – Maria Isabel Almeida Prado Assumpção – Professora polivalente de Infantil I

Trilha e efeitos musicais: Professora Roseli Lepique
Participação especial na percussão de Lucas Milan Tonello

Cenografia:
Karyna Beatriz Ribeiro

*Projeto Comediantes Pela Vida
Por: Tereza Cristina Gonçalves Sarmento Barros – Presidente da Comissão de Humanização do HIDV

Nos últimos anos, a humanização hospitalar vem assumindo crescente importância e reafirmando os efeitos positivos sobre a recuperação de pacientes. Os programas de humanização consistem em atividades de valorização do ser humano, com o desenvolvimento de aptidões pessoais de vivência, solidariedade e relacionamento entre familiares, profissionais, funcionários e pacientes.

No Brasil, tais programas baseiam-se nas diretrizes do SUS, contando com a participação efetiva dos pais e/ou responsáveis pela criança e/ou adolescente, e, nos últimos anos, vêm se estruturando em diversas Unidades de Saúde em diferentes locais no mundo.

No Hospital Infantil Darcy Vargas, como proposta de acolhimento humanizado aos pacientes internados, o grupo Comediantes pela Vida se propõe a apresentar algo novo por meio da contação de histórias, dos malabares, das oficinas de maquiagem, de brincadeiras populares, do teatro e dos jogos infantis.

Muitos são os desafios desses voluntários, como alguns professores do Ensino Fundamental do Colégio Miguel de Cervantes, que aceitaram enfrentar o compromisso de produzir saúde por meio de uma postura ética e prática na atenção ao paciente, favorecendo a construção de uma relação de confiança e compromisso durante as visitas semanais aos pacientes, portadores de doenças crônicas, dentre elas, o câncer.

Podemos concluir que a presença e postura desses profissionais no hospital possibilita a diminuição da ansiedade de pacientes que se encontram internados, a ampliação do elo entre o familiar e a criança, a promoção do bem-estar daqueles pacientes que lidam com procedimentos invasivos diariamente, o desenvolvimento da liberdade de expressão, da espontaneidade e da capacidade lúdica, além de habilidades de interpretação e comunicação.

A Comissão de Humanização monitora e avalia constantemente esse projeto, com o apoio do Núcleo Técnico de Humanização da Secretaria de Estado da Saúde, como proposta de uma Política Estadual de Humanização, alinhada à Política Nacional de Humanização, que visa enfrentar os desafios no SUS por meio de um esforço conjunto na construção e implantação de novos métodos e dispositivos de atenção à saúde e da qualidade das relações entre usuários, profissionais, gestores, instituições de saúde e comunidade.