Seminário debate a importância da Cultura no ensino de Espanhol como língua estrangeira
Conferências e oficinas promovem a discussão da influência dos componentes culturais no ensino de idiomas
Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 11 de abril de 2015.
O XXIII Seminário de Dificuldades Específicas no Ensino de Língua Espanhola para Lusofalantes, que aconteceu no dia 11 de abril, no Colégio Miguel de Cervantes, reuniu mais de 200 professores e profissionais de educação de Língua Espanhola do Brasil e de outros países, que assistiram às palestras, debates e oficinas relacionadas à necessidade do conhecimento cultural que envolve a identidade de um país na apropriação e aprendizado de idiomas.
O evento, promovido pela Consejería de Educación da la Embajada de España en Brasil e pelo Colégio Miguel de Cervantes, abrigou 3 conferências, 18 comunicações, 10 oficinas e sobre o tema. Durante todo o dia, profissionais deliberaram sobre o tema, que suscitou uma rica troca de experiências. Também estiveram presentes, apresentando seus mais recentes materiais, as principais editoras do segmento de Ensino de Língua Espanhola.
A abertura do evento foi proferida pelo Conselheiro de Educação da Embaixada da Espanha no Brasil, Sr. Álvaro Martínez-Cachero Laseca, pela assessora técnica do Conselho de Educação da Embaixada da Espanha no Brasil, Sra. Begoña Sáez Martínez, e pela coordenadora administrativa do Colégio Miguel de Cervantes, Sra. Maria Cibele Alonso Pelizzari, que deram boas-vindas a todos os educadores e apresentaram um vídeo com o depoimento de diversos especialistas e artistas do mundo todo sobre a relevância do tema.
A conferência inaugural, La Cultura en el Quijote, foi proferida pelo catedrático em filologia espanhola da Universidade Castilla-La Mancha e diretor do Instituto Almagro de teatro clássico, Felipe Blas Pedraza Jiménez, que falou sobre o contexto cultural em que Miguel de Cervantes vivia e sobre a trajetória do escritor até a concepção de sua exponencial obra El ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha.
Terminada a conferência, a programação da manhã seguiu com um coffe-break e com a sequência de trabalhos apresentados, simultaneamente, por diversos professores e estudiosos ligados ao ensino do Espanhol como língua estrangeira.
Após o intervalo para o almoço, servido no restaurante do Colégio, foi a vez da professora de literatura espanhola da Universidade Castilla-La Mancha, Milagros Rodríguez Cáceres, acompanhada do professor Felipe Blas Pedraza Jiménez, apresentar a conferência La Mancha: don Quijote, molinos y caballeros.
Compondo a programação do período da tarde, seguiu-se apresentação de trabalhos e oficinas sobre o tema.
A palestra de encerramento, La cultura en la enseñanza del español a brasileños: diálogos interculturales/lecturas multiculturales, foi ministrada pelo professor doutor Antonio Roberto Esteves, da Universidade Estadual Paulista de Assis.
“La Cultura en el Quijote”
Felipe Blas Pedraza Jiménez
Por ocasião do IV Centenário da segunda parte das Aventuras de Dom Quixote de la Mancha, o catedrático em filologia espanhola da Universidade Castilla-La Mancha e diretor do Instituto Almagro de teatro clássico, Felipe Blas Pedraza Jiménez, foi convidado pela organização do seminário para falar sobre o renomado escritor espanhol Miguel de Cervantes.
Durante a palestra, Felipe falou sobre a trajetória e o contexto cultural em que nasceu e viveu Miguel de Cervantes, que, com uma infância e juventude pobres, em uma situação social desfavorecida, não pôde ter uma formação acadêmica, porém desenvolveu uma cultura literária e uma erudição indireta voltada à cultura popular.
Felipe descreveu o momento histórico e cultural em que se encontrava a literatura espanhola quando nomes como Félix Lope de Vega Carpio e Luis de Góngora y Argote inspiraram Cervantes a escrever.
Segundo Felipe, o Ingenioso Hidalgo foi um dos maiores êxitos literários do século XVII. “Foram publicadas cinco edições em apenas oito meses de existência de Dom Quixote, em um momento em que a maioria do povo era analfabeto ou não tinha recursos financeiros para comprar um livro”.
Sobre a segunda parte da obra, Felipe acredita que o que mais impulsionou Cervantes a publicá-la foi a aparição do Segundo Tomo del Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha, publicado por Alonso Fernandez de Avellaneda , nove anos após a primeira parte e um ano antes de que Cervantes finalmente nos presenteasse com a genuína segunda parte, El Ingenioso Cavallero Don Quijote de la Mancha, há quatro séculos.
“La Mancha: don Quijote, molinos y caballeros”
Milagros Rodríguez Cáceres y Felipe Blas Pedraza Jiménez
A segunda conferência do dia também tratou dos aspectos culturais da novela de Cervantes. Os catedráticos professora Milagros Rodríguez Cáceres e professor Felipe Blas Pedraza Jiménez, da Universidade Castilla-La Mancha, apresentaram a região de La Mancha na Espanha e os principais lugares mencionados nas aventuras do personagem.
Durante sua fala, Milagros apresentou fotos dos lugares preservados para turismo cultural, como Castillo de Peñarroya, Castillo de Calatrava La Vieja, Castillo de Calatrava Nueva, Castillo de Consuegra, Los Molinos de Consuegra, Los Molinos de Campo de Criptana, La vila de Toboso e outros.
Para ela, é importante que as pessoas conheçam e saibam que as histórias se desenvolvem em um espaço real. Milagros e Felipe relataram pesquisas e curiosidades sobre a região de La Mancha e sobre os moinhos que encantam os viajantes que passam por ali até os dias de hoje.
“La cultura en la enseñanza del español a brasileños: diálogos interculturales/lecturas multiculturales”
Antonio Roberto Esteves
O professor doutor da universidade Estadual Paulista de Assis, especialista em filologia espanhola pelo Instituto Ibero Americano de Madrid, Antonio Roberto Esteves, encerrou as atividades do sábado, apresentando uma instigante conferência sobre a reflexão dos aspectos culturais no ensino do espanhol para lusofalantes.
Para ele, a riqueza e a diversidade de culturas provenientes dos países hispano falantes deve ser