Tema de 2015 da Unesco inspira arte e ciência no Colégio Miguel de Cervantes
A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o ano de 2015 como Ano Internacional dos Solos, da Luz e das Tecnologias Baseadas na Luz*

Por: Tatiana Maria de Paula Silva | 8 de junho de 2015.

Os departamentos de Ciências Naturais, Física e Química, Arte e Música realizaram, no dia 3 de junho, uma série de atividades em comemoração ao Ano Internacional da Luz e dos Solos, proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), envolvendo alunos do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.

Na cerimônia de abertura do evento, realizada no teatro do Colégio, a professora Solange Aparecida Mesquita deu as boas-vindas aos alunos e professores envolvidos e descreveu o cronograma de atividades da manhã. Na sequência, o chefe do departamento de arte, professor Fábio Nogueira de Matos Martins, convidou os alunos a assistirem à apresentação “Das Nuvens ao Rock ‘n Roll”, produzida em parceria pelos departamentos de arte e música, que consistiu em um vídeo conceitual** sobre a relação homem e natureza finalizado com a música “Mãe Natureza”, da cantora e compositora Rita Lee, interpretada ao vivo por alunos do 9º ano e do Ensino Médio, acompanhados também dos professores Ivo Bonfiglioli, Ana Maria Premero e Amália Luisa Senise Cunha Freire.

Para o professor Fabio, que produziu o vídeo com os alunos do grupo de teatro, a concepção, como as demais características do projeto, foi colaborativa. “A partir do título do projeto, Das Nuvens ao Rock ‘n Roll, idealizado pelo professor Ivo, propus aos alunos o desafio de traduzir em imagens a preocupação e a reflexão sobre o tema e as ideias foram surgindo durante a produção do roteiro e nas filmagens; todos estavam empenhados e acredito que ficaram satisfeitos com o resultado”, relata o professor.

Após a cerimônia, aproximadamente 300 alunos dividiram-se em 16 salas com 7 diferentes temas relacionados às ciências naturais, física e química. As oficinas consistiram em aulas e experimentos desenvolvidos pelos alunos de 3º e 2º anos do Ensino Médio sob a orientação dos professores das áreas para os alunos do 9º ano do fundamental e 1º ano do médio. Após a introdução e conceituação do tema, os alunos/professores propunham um experimento do qual todos participavam.

Durante a manhã, foi possível constatar que a equação: aluno(saber) + outro aluno(aprendiz) só poderia resultar em aprendizado significativo para os dois expoentes. Os que ensinaram tiveram que estudar e pesquisar muito e os que assistiram às oficinas acreditam que aprender com os próprios colegas facilita o entendimento. Nessa equação, os professores estiveram como mediadores e facilitadores do aprendizado, orientando e auxiliando os grupos.

Para o professor de Física, Thiago Augusto Cardoso, o maior benefício da atividade é a troca de conhecimento entre os pares. “Principalmente na disciplina que eu ministro, possibilitar esse tipo de interação dos alunos tem aspectos positivos. Os alunos mais velhos superam suas dificuldades e aprendem para poder passar para os mais novos, que, por receberem os conceitos em uma linguagem e visão mais próxima das deles, aprendem com mais facilidade e de forma interativa.”


Fotos: Tatiana Maria de Paula Silva e Silvio Luiz Canella

Aprender a ensinar e aprender ensinando

O aluno Enrico Aloisi Nardi, apesar do tempo apertado entre as provas e o projeto, se dedicou às pesquisas e apresentou com os colegas a oficina Quimiluminescência – emissão de luz pela química. Para ele, que já se interessa muito pelo o assunto, pesquisar e se colocar no lugar do outro foram fatores importantes para deixar o nervosismo de lado e encarar a lição de ser professor por um dia. “Eu estava muito nervoso, mas o fato de sermos todos alunos me ajudou a superar. O processo de elaboração do plano de aula e da apresentação foi muito inspirador. Eu pensava em explicar como eu gostaria que explicassem para mim, me coloquei no lugar deles e foi muito bom ver que as pessoas estavam entendendo e fazendo as relações”, conta o estudante.

Na segunda parte da oficina, os alunos simularam a cena de um crime com o preparado Luminol, substancia muito usada na polícia científica e que reage ao ferro encontrado em superfícies onde há presença de sangue, mesmo depois de limpas.

Os alunos Yago Ribeiro Labate, do 3º B, Marco Antonio Abello, do 3º A, e Enzo Gabriel Martins Ardevino, do 2º B, ministraram, com outros colegas, a oficina sobre refração. Para Enzo, o mais interessante da atividade é ter que adquirir conhecimento suficiente para passar para o próximo. “É uma experiência muito diferente de ter que estudar para uma prova. Você precisa que outra pessoa aprenda e, além de saber, precisa ser objetivo e claro, porque cada um tem a própria maneira de aprender e você não pode só levar em consideração a sua, tem que pensar em como todos irão entender”.

Para Marco, é necessário se preparar um pouco mais para antecipar as dúvidas que possam surgir e trocar ideias com os professores, que têm mais experiências sobre os tipos de dúvidas recorrentes. “A gente se motivou para estudar além dos conceitos, para poder responder às dúvidas e compartilhar um pouco mais”. “O conhecimento extra é muito positivo, porque colabora com a associação dos conteúdos, que é o propósito de todo o ensino”, complementa Enzo.

Yago acredita que organizar a aula prática também ajuda bastante no processo do ensino. “A experiência deixa a aula mais dinâmica e sair do abstrato é importante para atingir os alunos. Se havia alguma dúvida, ele tem uma nova oportunidade para esclarecer”.

Para Amadeu Vanetti Netto, Julia Abou Samra Martins Dias e Luís Guilherme Cabeza Pires, do 1º ano do Ensino Médio, alunos aprendizes que assistiram à oficina da refração, os professores estão de parabéns. “Eles ensinaram muito bem e deu para entender tudo, usaram muitos recursos audiovisuais e a linguagem é mais próxima da nossa”, afirma Julia. Para Amadeu, não é só a linguagem que colabora, pois “eles têm as mesmas dúvidas que a gente,