Expedições Inclusivas
Palestra fala sobre a experiência em relação à deficiência física e ao esporte

Por: Tatiana Maria de Paula Silva| 21 de junho de 2016.

O Colégio Miguel de Cervantes recebeu, no dia 17 de junho, a equipe do Expedições Inclusivas, que contava com os educadores físicos Ana Borges e Jonatas Bezerra e os atletas Cristiano Souza e Eduardo Soares, ambos deficientes visuais, para conversar com os alunos do 2º ao 5º ano. A atividade começou no teatro do Colégio, com a apresentação do projeto.

Ana Borges, uma das idealizadoras do Expedições Inclusivas, começou o bate-papo apresentando aos alunos o conceito de inclusão, reforçando sua aplicação não só a deficientes, mas também às minorias e pessoas que estejam em condições especiais, como gestantes e idosos. Ana falou sobre a colaboração e o respeito. “Perceber as diferenças e aceitá-las é inclusão, e as diferenças estão na aparência e no modo de ser das pessoas. Todos nós somos diferentes de alguma forma”, afirma.

Na sequência, Ana apresentou pictogramas convencionados para representar ou sinalizar a necessidade especial de alguma pessoa, garantindo prioridade nos atendimentos, para sentar ou estacionar. Além disso, apresentou algumas modalidades de esportes paralímpicos e atletas, como Daniel Dias, Alan Fonteles, Teresinha Guilhermina, Dirceu Pinto e Lúcia Teixeira. Em suas palavras: “Não há limitação para aqueles que são determinados”.

Em seguida, os atletas convidados relataram aos alunos suas experiências, trajetórias de vida e no esporte. Para eles, superar os desafios é o que dá a todos os seres humanos a condição de equidade. “O deficiente visual não vê com os olhos, mas enxerga de outras maneiras”, explica Cristiano.

Fotos: Silvio Luiz Canella / Montagem: Fabio Corrêa Altafim

Para encerrar a apresentação do teatro, os alunos fizeram uma homenagem aos atletas. Acompanhados dos professores Ivo Bonfiglioli no violão e Roseli Lepique no teclado, cantaram a música Diferentes, composição da professora Roseli.

Vivenciando a inclusão e transformando paradigmas

Após a palestra, durante toda a manhã, as turmas se revezaram para uma vivência com os atletas e a equipe do Expedições Inclusivas, que fizeram uma oficina com jogos e atividades físicas para sensibilizar as crianças.

O ginásio poliesportivo se transformou em uma grande arena. Nas atividades, os pequenos simularam o basquete sentado, foram vendados e se equilibraram andando sobre um banco, aprenderam a dizer “olá” em libras, empurraram o colega no skate para sentirem como conduzir um cadeirante e participaram de uma oficina de descrição para despertar a atenção a como descrever algo para uma pessoa que não enxerga.

Para Ana Borges, esses momentos propiciam a familiarização das crianças com as deficiências, mostrando que a interação é algo possível e natural. Ela enfatiza que o objetivo maior do Expedições Inclusivas é difundir a inclusão, a acessibilidade e a cultura inclusiva.

Fotos: Silvio Luiz Canella / Montagem: Fabio Corrêa Altafim

“Percebemos que a inclusão reversa, ou seja, levar o mundo da deficiência para quem não a tem, funciona muito bem. Veja aqui na escola, por exemplo, quantos não deficientes estamos atingindo. No futuro são eles que vão querer ter um banheiro adaptado em casa para receber o amigo ou projetar as portas de casa maiores para receberem os amigos cadeirantes para o jantar”, afirma Ana.

Durante as oficinas, o ginásio do Colégio estava enfeitado com um varal de atividades realizadas pelos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. Sob a orientação da professora de matemática Maria Odete de Mattos, eles decoraram camisetas de papel com figuras geométricas relacionadas a elementos dos Jogos Olímpicos, como aros e tochas. Nos trabalhos, os alunos estamparam palavras que descrevessem, para eles, os principais valores olímpicos. Segundo a professora Luciana Melloni, por estarem tão envolvidos com as Paralimpíadas, os valores que mais apareceram foram coragem e superação.
Ao final do evento, os alunos presentearam os atletas com os trabalhos.

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