32ª Feira do Livro do Colégio Miguel de Cervantes – 25 de abril
Último dia da Feira é recheado pela presença de ilustres autores e ilustradores
Por: Tatiana Maria de Paula | 27 de abril de 2015.
No 3º dia da Feira, grandes autores e ilustradores, como Ignácio de Loyola Brandão, Heloísa Prieto, Antonio Prata, Alberto Martins, Warley Goulart, Raul Fernandes, Guto Lins, Henrique Stichin, João Anzanello Carrascoza, Tarsila do Amaral, Rosaura Mello, Ilan Brenman, Amir Piedade, Ana Luísa Lacombe, Daniel Munduruku, José Roberto Torero, Geraldo Costa, Teresa Navarro, Laura Bergallo, Flávio de Souza, Nelson Cruz, Vítor Ramil, Rodrigo Lacerda, Fernando Reinach, Raphael Montes e Edna Martins Cardoso, estiveram presente em palestras e encontros com os alunos do Colégio.
No stand da editora Bamboo, o ex-aluno do Colégio Miguel de Cervantes Leo Bacci, idealizador do canal no youtube, Bom dia, Leo, que recentemente virou um livro de crônicas, recebeu mais de 150 pessoas para a pré-venda do seu livro, que estará disponível nas livrarias a partir do mês de maio. O autor Leo Bacci, com sua irreverência e carisma, recebeu a todos com carinho e atenção.
Fotos: Silvio Luiz Canella, Fabio Corrêa Altafim e Rafael Vieira.
Palestra com Fernando Reinach
A Longa Marcha dos Grilos Canibais
Pelo segundo ano consecutivo, Fernando Reinach, autor de “A Longa Marcha dos Grilos Canibais e Outras Crônicas sobre a Vida no Planeta Terra”* a convite dos departamentos de língua portuguesa e de biologia, conversou com os alunos do Ensino Médio sobre sua coletânea de crônicas que apresenta, de maneira descomplicada, descobertas científicas.
Durante o bate-papo, Fernando descreveu a trajetória que percorreu até se tornar cronista e escritor e falou sobre temas polêmicos sobre experimentos com animais, crise hídrica e investimento em pesquisa. Ele ressalta que normalmente escreve suas crônicas a partir de descobertas científicas, mas que também escreve sobre temas polêmicos que estão na mídia e que ele julga relevantes para a sociedade.
Ao final da palestra, os alunos Beatriz Buendia e Alejandro Gameiro Lima leram dois textos com comentário pessoal, elaborados a partir da crônica Os chimpanzés e seu sistema de recrutamento, para o autor, que ressaltou a importância da cooperação relatada na crônica.
Bate-papo com Heloisa Prieto
Lenora
A autora Heloisa Prieto esteve no teatro do Colégio Miguel de Cervantes, conversando com os alunos do 8o ano do Ensino Fundamental sobre seu premiado romance gótico infanto-juvenil Lenora. Na conversa, a autora falou sobre a influência do rock in roll em sua vida, da relação com sua filha e de como esses elementos influenciaram seu romance.
Sobre o gótico, Heloisa enfatizou sua inspiração nos contos de Edgar Allan Poe, que deu origem ao nome do livro. Para a autora, Lenora tem uma relevância na literatura infanto-juvenil por sua característica marcante para os leitores. “Lenora não é um best-seller para minha carreira, mas é um livro de leitores apaixonados que vão atrás, que procuram, que criam blogs sobre o livro”, comenta Heloisa.
A escritora contou aos alunos que, após três anos de trabalho, escreveu Ian, a continuação da trama, com tantos elementos surpreendentes quanto Lenora. Durante o bate-papo, Heloisa chama atenção para os temas que envolvem a trama dos personagens como drogas, overdose, bulling virtual, tolerância e responsabilidade sobre o futuro, trazendo à tona a questão sobre o que é privado e o que é público na relação artista/fãs e artista/mídia.
Encontro com Ignácio de Loyola Brandão
Olhos Cegos dos Cavalos Loucos
O premiado escritor Ignácio de Loyola Brandão esteve com os alunos do 7o ano falando sobre seu livro Olhos Cegos dos Cavalos Loucos. Com uma envolvente narrativa, própria dos fazedores de história, falou sobre suas motivações ao escrever o romance, que remete às lembranças da infância e de seu avô.
Em uma palestra divertida e emocionante, Ignácio encantou a todos com a história de sua infância e de seu avô, que inspirou o conto construído sobre o pedido de perdão de um neto a seu avô já falecido. O escritor contou sobre sua infância e sobre como acredita que não poderia se tornar nada diferente em sua vida que não fosse escritor. “Porque, desde que eu me lembro, escrever foi a solução para a minha vida, éramos pobres, eu me vestia mal, eu era magro feio e introvertido, considerado esquisito, e ninguém me olhava. Todo ser humano quer atenção, até hoje na minha idade eu ainda gosto que passem a mão na minha cabeça.”
Ignácio contou a história de sua professora Lourdes, que vive até hoje em Araraquara e, por ser uma educadora visionária, segundo ele, antes de Piaget, já sabia colocar o aluno como protagonista de sua aprendizagem, despertando nele a capacidade de ouvir, de ler, ter opinião crítica e a vontade de escrever. Ignácio comenta que foi a partir de uma redação dele, lida por ela em sala de aula, que ele percebeu que a literatura era seu caminho.
Sobre o romance Olhos Cegos dos Cavalos Loucos, o autor explica como foi a concepção do livro: “Essa história que vocês leram foi um pedido de perdão ao meu avô, ao qual eu, na minha cabeça, havia feito algo que lhe causou muita dor eu sentia que eu precisava contar essa história”, comenta Ignácio.
Para finalizar, o autor comentou que, aos 79 anos ainda tem muitos projetos voltados à literatura e que são eles que o motivam a continuar caminhando. Ele incentivou os alunos a lerem “porque eu tive uma educadora como essa, um avô como esse e um pai que gostava de ler e de escrever e que tinha uma biblioteca com mais de mil exemplares em uma cidade que não tinha livraria, eu sou um escritor, minha paixão por livros começou lá atrás.”
Palestra Antonio Prata
Nu, de Botas e Meio Intelectual, Meio de Esquerda
O escritor e roteirista Antonio Prata esteve na Feira do Livro e conversou com os alunos do Ensino Médio sobre seu trabalho e sobre os livros Nu, de Botas, romance que mistura ficção e realidade nas memórias da infância do autor, e Meio Intelectual, Meio Esquerda uma coleção de crônicas.